Anualmente, a Solar – Galeria de Arte Cinemática desenvolve laços estreitos com o Curtas Vila do Conde, inaugurando uma exposição à data do festival e criando diálogos entre as obras que ali se reúnem e a programação fílmica. Se no ano passado a exposição “Terra” apontava os caminhos de uma geração emergente de artistas portugueses, em 2018, a Solar Galeria de Arte Cinemática aposta na criação artística espanhola, reunindo sete artistas promissores — Carla Andrade, Inés García, Laida Lertxundi, Lois Patiño, Natalia Marín e Samuel M. Delgado e Helena Girón — que tem vindo a acompanhar durante os últimos anos. Alguns destes artistas passaram, inclusive, ora pela própria galeria em exposições individuais, ora pela programação oficial do Curtas Vila do Conde. Comissariada por José Manuel López, curador galego, e Nuno Rodrigues, a exposição coletiva “New Spain” questiona a fixidez dos lugares: a partir (de um fora) do lugar da criação artística, já que a maioria destes artistas trabalha fora do seu país de origem mas também (fora) do lugar tradicional do cinema, trabalhando na fronteira entre o cinema e as artes plásticas em instalações multi-meios. O programa paralelo “New Spain” inclui duas sessões programadas por Gonzalo de Pedro e Maria Palácios Cruz, curadores espanhóis que também trabalham fora de fronteiras espanholas, e termina com uma performance de cinema expandido, de Adriana Vila e Luis Macías, que promete tirar o filme do seu lugar convencional.