A exposição apresentada na Solar permite, pela primeira vez em Portugal, dar a conhecer uma perspectiva mais consistente e aprofundada sobre a obra do cineasta. Ao colocar um número significativo dos seus vídeos e outras experiências digitas com imagens em movimento em contexto expositivo, permite uma reflexão sobre o confronto das suas práticas actuais com o espaço da galeria, e com algumas questões centrais do seu trabalho profundamente ligado ao relacionamento do espectador com aquilo que chamou de inconsciente cinemático.
A exposição centra-se em alguns dos seus mais recentes projectos de experimentação digital, onde predominam as suas práticas resultantes da apropriação de imagens, que o artista desenvolve desde a década de 70. O conjunto de obras em exposição integra dois dos aspectos mais marcantes do seu trabalho actual: uma reflexão sobre algumas das imagens da origem do cinema ou da fotografia e material que o cineasta tem vindo a compilar e a reutilizar (proveniente das suas fotografias pessoais e dos seus home-movies, onde revisita a família e o seu círculo de amigos como Jonas Mekas, Hollis Framptom ou Peter Kubelka).
Nuno Rodrigues